Showing posts with label audiovisual. Show all posts
Showing posts with label audiovisual. Show all posts

Friday, September 15, 2017

Cultura, Brasília!



Festival de Brasília chega à 50ª edição e homenageia Nelson Pereira dos Santos
  • 15/09/2017 05h56
  • Brasília
Leandro Melito – Repórter do Portal EBC
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é o mais antigo do paísMarcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil





O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o mais antigo do país, chega à edição de número 50 com homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, que vai completar em outubro 90 anos de idade. O evento será aberto nesta sexta-feira (15) no Cine Brasília, com apresentação dos atores Juliano Cazarré e Dira Paes e participação do também ator Matheus Nachtergaele. Os filmes em competição serão exibidos no Cine Brasília, localizado no Plano Piloto da capital federal, e nas cidades de Taguatinga, Sobradinho, Gama e Riacho Fundo I, regiões administrativas do Distrito Federal.

Na mostra competitiva, nove longas e 12 curtas-metragens de nove estados concorrem ao Troféu Candango. O júri oficial indicará os vencedores nas categorias melhor filme, direção, ator, atriz, ator coadjuvante (somente nos longas), atriz coadjuvante (somente nos longas), roteiro, fotografia, direção de arte, trilha sonora, som e montagem. As categorias de melhor filme recebem prêmios em dinheiro nos valores de R$ 40 mil (longa) e R$ 10 mil (curta) para o Troféu Candango e de R$ 100 mil no Prêmio Petrobras de Cinema.

O público também escolherá o vencedor pelo Júri Popular, que também receberá Prêmio Petrobras de Cinema e R$ 200 mil, valor destinado à distribuição comercial do filme. Este ano, pela primeira vez, os espectadores poderão votar por meio do aplicativo oficial do Festival de Brasília.

A direção artística do festival está a cargo do cineasta, crítico e programador Eduardo Valente. O festival teve um recorde de produções audiovisuais inscritas. Foram 778 filmes entre longas e curta-metragens, 25% a mais do que em 2016.

Homenagem
Nelson Pereira dos Santos, que completa 90 anos em 22 de outubro, será homenageado com a entrega da medalha Paulo Emílio Salles Gomes. Impossibilitado de comparecer ao evento, o diretor de filmes como Rio Zona Norte (1957), Vidas Secas (1963) e Como Era Gostoso Meu Francês (1973) será representado no evento por Diogo (filho) e Mila Dahl (neta).

A medalha será entregue pelo diretor Vladimir Carvalho e pelo crítico Jean-Claude Bernardet, homenageado na edição anterior do festival. Em seguida será exibido o curta-metragem Nelson Filma (RJ, 1971), de Luiz Carlos Lacerda.

A abertura do festival também fará uma homenagem póstuma a três nomes da cinematografia brasiliense: Marcio Curi, Manfredo Caldas e Geraldo Moraes, com a exibição de dois curtas-metragens: Quando Márcio Virou Estrela (DF, 2017), de André Luís Oliveira, em homenagem a Márcio Curi e Manfredo Caldas; e Um Cineasta no Coração do Brasil (DF, 2016), homenagem a Geraldo Moraes dirigida por Bruno Torres, seu filho.


O diretor Vladimir Carvalho foi homenageado durante o 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro Wilson Dias/Arquivo/Agência Brasil

Mostra Competitiva
A seleção dos filmes que disputam a Mostra Competitiva demostra a diversidade estética do Festival, com representantes de vários estados de diferentes regiões do país. Os longas selecionados foram Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans (MG); Café com Canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA); Construindo Pontes, de Heloisa Passos (PR); Era uma Vez Brasília, de Adirley Queirós (DF); Música para Quando as Luzes se Apagam, de Ismael Caneppele (RS); O Nó do Diabo, de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi (PB); Pendular, de Julia Murat (RJ); Por Trás da Linha de Escudos, de Marcelo Pedroso (PE); e Vazante, de Daniela Thomas (SP).

Os curtas-metragens selecionados para a Mostra Competitiva são A Passagem do Cometa, de Juliana Rojas (SP); As Melhores Noites de Veroni, de Ulisses Arthur (AL); Baunilha, de Leo Tabosa (PE); Carneiro de Ouro, de Dácia Ibiapina (DF); Chico, dirigido por Irmãos Carvalho (RJ); Inocentes, de Douglas Soares (RJ); Mamata, de Marcus Curvelo (BA); Nada, de Gabriel Martins (MG); O Peixe, de Jonathas de Andrade (PE); Peripatético, de Jessica Queiroz (SP); Tentei, de Laís Melo (PR); e Torre, dirigido por Nadia Mangolini (SP).

Além da entrega do Troféu Candango, um dos mais prestigiados prêmios do cinema brasileiro, o Festival de Brasília traz uma novidade: o pagamento de R$ 340 mil em cachês de seleção, distribuídos entre todos os filmes selecionados, a exemplo do que ocorre em grandes festivais nacionais e ao redor do mundo. O cachê de seleção para os longas-metragens é R$ 15 mil, para a sessão Hors Concours é R$ 10 mil e para curtas-metragens é R$ 5 mil. Nas mostras paralelas, os longas receberão R$ 3 mil cada.

Histórico
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vira um cinquentão no ano em que se completam 40 anos da morte de um de seus criadores, o crítico e escritor de ficção Paulo Emílio Salles Gomes.

Após participar da criação do curso de audiovisual da Universidade de Brasília ao lado de Jean-Claude Bernardet e Nelson Pereira dos Santos em 1964, Gomes foi chamado pela Fundação Cultural do Distrito Federal a integrar uma comissão de intelectuais que fundaram a 1ª Semana do Cinema Brasileiro, feita em 1965 para um público de 2 mil pessoas, com uma composição social “diversa da que se encontra no Rio ou em São Paulo”, segundo registrou em um artigo publicado à época.

“Há na capital um núcleo sólido, estruturado nos cursos de apreciação cinematográfica, mas o número maior de espectadores da semana se recrutava em setores tradicionalmente indiferentes, desconfiados ou mesmo hostis ao cinema brasileiro. O fenômeno de Brasília foi o da conversão em massa. A nota dominante dos comentários era a surpresa, o espanto, a estupefação”, escreveu apontou Gomes no artigo Novembro em Brasília.

Foi a primeira edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que viria a ganhar esse nome na sua terceira edição em 1967. O festival foi interrompido pela ditadura militar entre os anos de 1972 e 1974, teve sua retomada em 1975 e, desde então, ocorre anualmente.
Edição: Fábio Massalli



Friday, May 05, 2017

Investimento para TVs públicas



Ancine: investimento no audiovisual para TVs públicas precisa ser aprofundado
05/05/2017

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil




A decisão da Agência Nacional de Cinema (Ancine) de investir no segmento de audiovisual para TVs públicas foi correta e precisa ser aprofundada, pois estados e capitais assumiram a política de audiovisual como elemento central da gestão cultural que desenvolvem. Segundo o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, isso foi algo demonstrado nos debates feitos no Seminário de Desenvolvimento Regional do Audiovisual, Brasil de Todos os Sotaques, promovido pela agência.

“[O investimento no audiovisual para TVs públicas] nos dá a convicção de que temos um parceiro para aprofundar o processo de nacionalização da política de audiovisual. Também a convicção de que as TVs públicas seguem tendo papel fundamental”, disse Rangel.

O superintendente de Rede de Comunicação Pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Fernando Luz de Azevedo, disse que a atuação institucional da empresa, observa onze princípios dos serviços de radiodifusão pública e apontou, entre eles, a complementariedade do sistema privado com o público estatal, pluralidade de fontes de produção e de distribuição de conteúdo, valores éticos e autonomia.

TV digital



O  diretor-geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, Flávio Gonçalves, disse que é preciso haver investimentos nas emissoras públicas que não têm condição de comprar os equipamentos para a passagem do sistema de transmissão da TV analógica para a TV digital. Se isso não ocorrer, alertou Gonçalves, um dos impactos pode ser o comprometimento da rede de transmissão da TV Brasil, da EBC, porque as emissoras educativas e culturais do país que não se modernizarem deixarão de ser transmitidas.

“Esse investimento é urgente. Algumas poucas emissoras já conseguiram fazer este investimento, como é o caso da TVE da Bahia, mas isso não é comum. A maior parte das emissoras não conseguiu fazer ainda a compra desses equipamentos”, disse Gonçalves, acrescentando que parte dos recursos para a compra dos equipamentos pode sair do Fundo de Fomento à Radiodifusão Pública.

O diretor-presidente da Ancine diz que outro impacto caso não seja feita a conversão é que os investimentos feitos em projetos de audiovisual se tornarão ineficientes porque não poderão ser exibidos se a emissora não for digital. “De nada adiantam os investimentos que o Fundo Setorial do Audiovisual faz em conteúdo para grades das TVs públicas se elas não migrarem para o digital no momento em que os sinais analógicos estão sendo desligados em várias praças”, disse.

Segundo Rangel, a terceira edição do edital do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Audiovisual (Prodav) para TVs Públicas prevê investimentos de R$ 60 milhões e depende de um acerto administrativo com a EBC, parceira no projeto, para ser divulgado. Ele também anunciou que haverá uma quarta edição do Prodav para este segmento.

Editais

Durante o seminário, as secretarias estaduais, e algumas municipais, comentaram sobre editais e políticas culturais feitas por estados e municípios especificamente para a área do audiovisual. O secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, disse que para continuarem, os investimentos nas ações culturais têm que fazer parte de um projeto político e, diante da falta de recursos para cobrir todas as necessidades, precisam ser pactuados com os diversos segmentos da sociedade envolvidos.

Pernambuco é um dos pólos do novo cinema brasileiro, com a produção de filmes como O Som ao Redor e Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, Tatuagem, de Hilton Lacerda, Eles Voltam, de Marcelo Lordello, e Febre do Rato, de Cláudio Assis. “Tem que ter projeto político, senão não há uma movimentação suficiente, tem que ter dinheiro e tem que ter pactuação. No caso de Pernambuco foi vital. A própria elaboração da lei do audiovisual foi resultado desse debate constante”, disse Granja.

A secretária municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Nilcemar Nogueira disse que a prefeitura carioca vai lançar um edital de fomento a projetos audiovisuais na cidade, mas ainda não é possível avaliar de quanto será. “Somente poderemos nos comprometer no segundo semestre, porque estamos tendo um problema contínuo de queda de arrecadação no Rio de Janeiro”, disse, acrescentando que a prefeitura está desenvolvendo um projeto para equipar auditórios de escolas públicas para que possam ser locais de exibição de audiovisuais.

O presidente da Associação Brasileira de Televisão Universitária, Fernando Moreira, disse que as universidades, além de fazerem a formação de profissionais de produção de audiovisuais precisam começar a discutir a criação de cursos para a formação de gestores do setor. “A gestão é que vai fazer com que o mercado se profissionalize”, disse.

Edição: Fábio Massalli