Analfabetismo
no Brasil cai entre 2016 e 2018 de 7,2% para 6,8%
É o que revela
pesquisa do IBGE
Publicado em 19/06/2019 - 10:01
Por Cristina
Índio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O
analfabetismo no Brasil caiu entre 2016 e 2018. Na faixa entre 15 anos ou mais,
passou de 7,2% em 2016 para 6,8% em 2018. No ano passado, eram 11,3 milhões de
pessoas nesta condição.
Na
comparação com 2017, a queda de 0.1 ponto percentual corresponde a menos 121
mil analfabetos entre os dois anos. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua Educação 2018 (Pnad Educação), divulgada
hoje (19), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
De acordo
com o levantamento, o analfabetismo no Brasil está diretamente associado à
idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de
analfabetos.
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reportagem da TV Brasil
Nas
pessoas de 60 anos ou mais, a taxa declinou de 20,4% para 18,6%, o mais alto
percentual entre as faixas de idade. A taxa de 2018 equivale a quase 6 milhões
de analfabetos.
O
percentual de mulheres é maior (19,1%) que o dos homens (18%), mas quando a
análise é entre 15 ou mais anos, as mulheres têm taxa menor (6,6%) do que os
homens (7%). Segundo o IBGE, entre os mais velhos, o analfabetismo, em grande
parte, ocorre por questões demográficas, como o envelhecimento da população.
Apesar da
queda no analfabetismo, o Brasil pode não cumprir a meta de erradicação em 2024
para a faixa de 15 anos ou mais. Segundo a analista da Coordenação de Trabalho
e Rendimento do IBGE (Coren), Marina Aguas, a queda verificada entre 2016 e
2018 é significativa em termos estatísticos, mas até 2024 muita coisa pode
acontecer.
“Tem uma
meta intermediária que foi de 2015, que era de o analfabetismo ser de 6,5%. Até
agora a gente não cumpriu a meta intermediária e a erradicação do analfabetismo
em 2024. Para alcançarmos essa erradicação, os desafios são grandes, mas para acontecer
vai depender do que a política pública vai fazer por este grupo para que essas
pessoas sejam alfabetizadas”, observou a analista.
Cor ou raça
Na
análise de cor ou raça a diferença é grande. Em 2018, 3,9% das pessoas de 15
anos ou mais analfabetas eram brancas, enquanto as pessoas pretas ou pardas
eram 9,1%.
Com 60
anos ou mais, a diferença é ainda maior. As brancas são 10,3% e as pretas e
pardas, 27,5%.
Analfabetismo por regiões
Embora
tenha registrado no período 2017 e 2018 uma queda de 14,48% para 13,87% na
faixa de 15 anos ou mais, o Nordeste é a região com maior percentual, seguido
do Norte (7,98%), Centro-Oeste (5,40%), Sul (3,63%) e Sudeste (3,47%). As
diferenças se mantêm na faixa de 60 anos ou mais. No Nordeste são 36,87, no
Norte 27,02%, no Centro-Oeste 18,27%, no Sul 10,80% e no Sudeste 10,33%.
Nível de instrução
Outro
dado que chamou atenção no Brasil em termos educacionais entre 2016 e 2018 foi
o percentual maior de pessoas que concluíram pelo menos as etapas básicas de
educação obrigatória, que é chegar, no mínimo, ao ensino médio completo.
A taxa
subiu de 45% em 2016 para 47,4% em pessoas com 25 anos ou mais. Em 2018, as
mulheres nesta situação (49,5%) eram em maior quantidade que os homens (45%).
As
pessoas brancas somavam 55,8%, enquanto as pretas e pardas, 40,3%. Quando a
análise se refere aos sem instrução, o percentual caiu de 7,8% para 6,9%.
Para o
IBGE, como as trajetórias educacionais variam ao longo da vida, o indicador é
melhor avaliado entre as pessoas que já poderiam ter concluído o processo
regular de escolarização, em geral, em torno dos 25 anos.
Também
nesses dados, as diferenças regionais chamam atenção. No Nordeste, apesar do
número de pessoas com ao menos a etapa do ensino básico completo ter crescido
em 2018 (38,9%), ainda é baixo em relação às outras regiões.
No
Centro-Oeste é de 48,7%, no Sul (45,7%), no Norte (43,6%) e no Sudeste (53,6%).
“É uma diferença grande”, disse Marina Aguas.
Metodologia
A Pnad
Contínua levanta trimestralmente, por meio de questionário básico, informações
sobre as características básicas de educação para as pessoas de 5 anos ou mais
de idade.
A partir
de 2016, começou a incluir o módulo anual de educação, que, durante o segundo
trimestre de cada ano civil, amplia a investigação dessa temática para todas as
pessoas da pesquisa.
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Edição: Kleber Sampaio
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