Ministro
diz ser contra cobrar mensalidade em universidade federal
Publicado
em 22/05/2019 - 15:10
Por Mariana
Tokarnia Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Brasília
O ministro da Educação, Abraham
Weintraub, disse hoje (22) ser contra a cobrança de mensalidade de estudantes
de graduação em universidades federais. Ele defende, no entanto, a cobrança de
mensalidade na pós-graduação. Weintraub participou de audiência na Comissão de
Educação na Câmara dos Deputados.
“Sou contra cobrar de alunos de
graduação. Em uma análise de custo e retorno, a gente vai gastar uma energia
gigantesca para pouca receita que vai pegar de poucos alunos que são de
famílias ricas e vão pagar”, disse.
Abraham Weintraub: “Sou contra cobrar de alunos de
graduação" (Marcelo Camargo/Agência Brasil_
Na semana passada, uma pesquisa
da Associação Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) mostrou que 70,2%
dos estudantes das federais são de baixa renda.
O ministro defendeu, no entanto, que
sejam cobradas taxas de estudantes de pós-graduação. “Não é toda
[pós], é aquela que tem visão de mercado. Dessa poderia cobrar e daria mais
receita custo energia e retorno para universidades”, afirmou. Atualmente, as
universidades podem cobrar de estudantes de pós-graduação lato sensu,
que são aquelas que têm caráter de especialização e, ao final, dão direito a um
certificado, e não a um diploma, como no caso de mestrados e doutorados.
Segundo o ministro, as
universidades precisam diversificar a fonte de receita. “As universidades
poderiam utilizar o patrimônio. Tem universidade rica em termos de imóveis.
Elas podem criar fundos imobiliários, com toda a governança possível, blindado,
negociado na bolsa, CVM [Comissão de Valores Mobiliários], para evitar qualquer
desvio, e essa receita ir direto para universidade, para pesquisa, para o
aluno. Esse tipo de solução que a gente quer trazer”, explicou.
“Precisamos remodelar a estrutura
das universidades e dar liberdade para elas crescerem, como é lá fora, a
universidade é centro de riqueza e conhecimento, gera riqueza. Aqui no Brasil,
do jeito que está, é uma draga de recursos”, apontou.
Para equilibrar as contas
públicas, o governo federal contingenciou 3,4% do orçamento total das
universidades federais. O bloqueio atinge, segundo a Andifes, em média, 29,74%
dos recursos discricionários, ou seja, recursos não obrigatórios.
Esses recursos, segundo a associação,
são usados principalmente para o pagamento de energia elétrica e vigilância,
que comprometem a maior parte dessas despesas. Além disso, são
usados para pagar serviços de limpeza, manutenção predial e de equipamentos, conta
de luz e telefone.
Edição: Kleber
Sampaio
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