Friday, May 19, 2017

Todas as telas, legal



Ancine anuncia investimentos de R$ 192 milhões em editais para setor audiovisual
  • 18/05/2017 21h31
  • Rio de Janeiro







Paulo Virgilio - Repórter da Agência Brasil
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) lançou hoje (18), em sua sede no Rio, quatro chamadas públicas do Programa Brasil de Todas as Telas que, juntas, totalizam R$ 192,3 milhões de investimentos no setor audiovisual. O anúncio foi feito pelo diretor-presidente da agência, Manoel Rangel, que também apresentou a segunda etapa do Plano de Qualificação da Gestão de Financiamento – Ancine + Simples, que tem como objetivo dar mais agilidade e transparência às operações da autarquia, responsável pelo fomento e pela regulação do setor.

Na próxima segunda-feira (22), serão abertas as inscrições, que prosseguem até 7 de julho, para a quinta edição do edital Prodav 03/2017 – Núcleos Criativos, no valor de R$ 14 milhões. Serão selecionadas 14 novas propostas de projetos que reúnam profissionais de criação e roteiristas com o objetivo de desenvolver roteiros de filmes, séries, programas e formatos para televisão.

No mesmo dia, a Ancine abre inscrições para outras três chamadas. Uma delas é a linha de desempenho comercial do Sistema de Suporte Automático do Programa Brasil de Todas as Telas, a chamada pública Prodav 06/2017, que vai disponibilizar R$ 100 milhões em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), para empresas produtoras brasileiras independentes, distribuidoras brasileiras atuantes no mercado de salas de exibição e programadoras de televisão atuantes no serviço de acesso condicionado ou de radiodifusão.

“Além do aumento de R$ 20 milhões em relação a 2016, mudaram também algumas regras do edital, que passa a versar agora apenas sobre regras de habilitação e pontuação das empresas beneficiárias indiretas, ficando as normas sobre destinação de projetos para um documento próprio, o regulamento para destinação”, explicou Manoel Rangel.

Em outra linha de financiamento, o Projeto Cinema da Cidade, a Ancine convoca os governos estaduais a uma ação conjunta para a construção de salas de cinema em municípios sem esse equipamento. Serão investidos R$ 8,3 milhões do FSA e os governos estaduais interessados devem comprometer-se com uma contrapartida mínima de R$ 2 milhões.

A última das quatro chamadas públicas é a 01/2017 - Arranjos Financeiros Estaduais e Regionais, edital pelo qual o programa da Ancine se propõe a financiar, de forma complementar, com recursos do FSA, projetos audiovisuais independentes selecionados em editais promovidos por órgãos e entidades da administração pública estadual, do Distrito Federal e das capitais dos estados. Para esta linha estão previstos investimentos na ordem de R$ 70 milhões.
Edição: Davi Oliveira
 

Friday, May 05, 2017

Investimento para TVs públicas



Ancine: investimento no audiovisual para TVs públicas precisa ser aprofundado
05/05/2017

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil




A decisão da Agência Nacional de Cinema (Ancine) de investir no segmento de audiovisual para TVs públicas foi correta e precisa ser aprofundada, pois estados e capitais assumiram a política de audiovisual como elemento central da gestão cultural que desenvolvem. Segundo o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, isso foi algo demonstrado nos debates feitos no Seminário de Desenvolvimento Regional do Audiovisual, Brasil de Todos os Sotaques, promovido pela agência.

“[O investimento no audiovisual para TVs públicas] nos dá a convicção de que temos um parceiro para aprofundar o processo de nacionalização da política de audiovisual. Também a convicção de que as TVs públicas seguem tendo papel fundamental”, disse Rangel.

O superintendente de Rede de Comunicação Pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Fernando Luz de Azevedo, disse que a atuação institucional da empresa, observa onze princípios dos serviços de radiodifusão pública e apontou, entre eles, a complementariedade do sistema privado com o público estatal, pluralidade de fontes de produção e de distribuição de conteúdo, valores éticos e autonomia.

TV digital



O  diretor-geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, Flávio Gonçalves, disse que é preciso haver investimentos nas emissoras públicas que não têm condição de comprar os equipamentos para a passagem do sistema de transmissão da TV analógica para a TV digital. Se isso não ocorrer, alertou Gonçalves, um dos impactos pode ser o comprometimento da rede de transmissão da TV Brasil, da EBC, porque as emissoras educativas e culturais do país que não se modernizarem deixarão de ser transmitidas.

“Esse investimento é urgente. Algumas poucas emissoras já conseguiram fazer este investimento, como é o caso da TVE da Bahia, mas isso não é comum. A maior parte das emissoras não conseguiu fazer ainda a compra desses equipamentos”, disse Gonçalves, acrescentando que parte dos recursos para a compra dos equipamentos pode sair do Fundo de Fomento à Radiodifusão Pública.

O diretor-presidente da Ancine diz que outro impacto caso não seja feita a conversão é que os investimentos feitos em projetos de audiovisual se tornarão ineficientes porque não poderão ser exibidos se a emissora não for digital. “De nada adiantam os investimentos que o Fundo Setorial do Audiovisual faz em conteúdo para grades das TVs públicas se elas não migrarem para o digital no momento em que os sinais analógicos estão sendo desligados em várias praças”, disse.

Segundo Rangel, a terceira edição do edital do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Audiovisual (Prodav) para TVs Públicas prevê investimentos de R$ 60 milhões e depende de um acerto administrativo com a EBC, parceira no projeto, para ser divulgado. Ele também anunciou que haverá uma quarta edição do Prodav para este segmento.

Editais

Durante o seminário, as secretarias estaduais, e algumas municipais, comentaram sobre editais e políticas culturais feitas por estados e municípios especificamente para a área do audiovisual. O secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, disse que para continuarem, os investimentos nas ações culturais têm que fazer parte de um projeto político e, diante da falta de recursos para cobrir todas as necessidades, precisam ser pactuados com os diversos segmentos da sociedade envolvidos.

Pernambuco é um dos pólos do novo cinema brasileiro, com a produção de filmes como O Som ao Redor e Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, Tatuagem, de Hilton Lacerda, Eles Voltam, de Marcelo Lordello, e Febre do Rato, de Cláudio Assis. “Tem que ter projeto político, senão não há uma movimentação suficiente, tem que ter dinheiro e tem que ter pactuação. No caso de Pernambuco foi vital. A própria elaboração da lei do audiovisual foi resultado desse debate constante”, disse Granja.

A secretária municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Nilcemar Nogueira disse que a prefeitura carioca vai lançar um edital de fomento a projetos audiovisuais na cidade, mas ainda não é possível avaliar de quanto será. “Somente poderemos nos comprometer no segundo semestre, porque estamos tendo um problema contínuo de queda de arrecadação no Rio de Janeiro”, disse, acrescentando que a prefeitura está desenvolvendo um projeto para equipar auditórios de escolas públicas para que possam ser locais de exibição de audiovisuais.

O presidente da Associação Brasileira de Televisão Universitária, Fernando Moreira, disse que as universidades, além de fazerem a formação de profissionais de produção de audiovisuais precisam começar a discutir a criação de cursos para a formação de gestores do setor. “A gestão é que vai fazer com que o mercado se profissionalize”, disse.

Edição: Fábio Massalli