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Friday, October 05, 2018

Machado de Assis, negro escritor brasileiro


Exposição traz primeiras edições de obras de Machado de Assis
Publicado em 30/09/2018 - 13:08
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo




As primeiras edições de livros de Machado de Assis, algumas com dedicatórias do próprio autor, estão na exposição Machado de Assis na BBM: Primeiras Edições e Raridades, que pode ser visitada até 22 de novembro, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), que fica na Universidade de São Paulo (USP). A mostra, que tem entrada gratuita, ocorre no ano em que se completam 110 anos da morte do autor.

Machado de Assis, em fotografia doada à ABL por herdeiros do crítico José Veríssimo - Arquivo/Agência Brasil

O curador Hélio de Seixas Guimarães, pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e professor de literatura brasileira da Universidade de São Paulo, destaca que “são exemplares únicos, é uma coleção absolutamente única, e que permite recompor muita coisa da história da produção, da publicação, da edição e da circulação dos textos de um dos grandes, senão do maior escritor que o Brasil já teve”.

A mostra reúne 108 itens, incluindo 17 periódicos com textos do autor e 40 obras coletadas postumamente por pesquisadores, tudo com acesso público atualmente na biblioteca. A ideia da exposição veio da pesquisa de Guimarães sobre a influência da obra de Machado de Assis na de escritores do século 20. “No meio desse trabalho, eu fui levantando também o que existia do Machado de Assis na biblioteca. Fui me dando conta da variedade do interesse desse conjunto porque eles têm todas as primeiras edições das obras.”

Além das primeiras edições, há obras publicadas durante o período de vida que trazem dedicatórias do próprio autor. “Esses exemplares têm autógrafos ou dedicatórias do Machado para figuras muito importantes da cultura brasileira, da literatura brasileira. Por exemplo, José Veríssimo, um dos grandes críticos literários do fim do século 19 e início do século 20, que foi amigo do Machado, que acompanhou a obra dele.”

Esses livros contam um pouco a história também das relações pessoais, intelectuais e das relações literárias do Machado de Assis, do início da carreira até o fim da vida, em 1908”, disse Guimarães. Por meio do material disponível na exposição, o público terá acesso ao modo como os textos e livros foram publicados no período em que o autor ainda supervisionava o processo, quando estava vivo e participando da produção e edição dos textos.

A seleção convida ainda o visitante a conhecer a carreira do autor com publicações em jornais e revistas. “O que conhecemos hoje como livro, esses textos, em grande parte, saíram antes em jornais e revistas. Tem um movimento na obra do Machado em que ele vai publicando contos, muitos de seus romances saem em capítulos, em formato de folhetim. E, posteriormente, ele recolhe para produzir a obra em livro, que é a obra que em geral chegou até a gente”, explicou o curador.

Além disso, a exposição mostra o movimento da obra do Machado, a composição da obra dele, a importância dos periódicos nisso. Segundo Guimarães, quase tudo passava pelos periódicos antes de chegar no formato de livro, recolhido pelo próprio Machado ou recolhido por pesquisadores e estudiosos de sua obra.

Outra curiosidade é o modo como os textos de Machado de Assis misturam-se às publicações cotidianas dos jornais e revistas da época, no meio de anúncios, desenhos, de gravuras, em alguns casos, em revistas sobre moda. “É interessante ver. Parece muito contrastante, quer dizer, o texto do Machado de Assis, desse grande escritor, saindo publicado ao lado de uma espécie de mosaico de informações que compõem o jornal e as revistas no século 19. É uma surpresa ver que o ambiente em que essa obra foi publicada originalmente.”
Edição: Nádia Franco


Wednesday, April 20, 2016

Brasilia é bela assim



Arquitetura moderna e luminosidade inspiram fotógrafo em mostra sobre Brasília
  • 20/04/2016 07h06
  • Brasília
Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil






 Exposição Hiperfoto-Brasília, no Museu Nacional da República, faz parte das comemorações do aniversário da cidade Elza Fiúza/Agência Brasil




O fotógrafo francês Jean François Rauzier conta que, após visitar Brasília, sua arte tomou novos rumos. A arquitetura moderna, a luminosidade, as esplanadas e eixos viários “esvaziados” de pedestres foram algumas das características da capital que trouxeram, segundo o artista, um sopro de juventude ao seu trabalho.

Na exposição Hiperfoto-Brasília, que faz parte das comemorações do aniversário da cidade e será aberta hoje (20), o público poderá ver 31 obras que retratam a cidade sob uma perspectiva diferente da habitual. Com um trabalho minucioso de colagem, a partir de milhares de fotos, Rauzier constrói paisagens hiper-realistas a partir de monumentos, jardins, prédios e pedestres.

O fotógrafo diz que as hiperfotos são mais reais do que a própria realidade. “Uma fotografia, por exemplo, retrata só um ponto de vista mas, com as hiperfotos, você vê vários pontos de vista, vários detalhes, em uma única obra”.

Para Wagner Barja, diretor do Museu Nacional da República, onde está a exposição, a obra de Rauzier traz, além da monumentalidade de Brasília, aspectos que remetem à história da arte e referências a grandes artistas clássicos europeus, “montando uma espécie de inventário sobre a cidade”.

Rauzier contou à Agência Brasil que ficou surpreso ao perceber que os jardins da capital e muitos monumentos são ocupados, basicamente, por jardineiros e seguranças, que trabalham diariamente na preservação dos locais.

Inspirado por essa constatação, o fotógrafo compôs um painel de 20 metros de comprimento, onde cria um retrato desses trabalhadores, inseridos em imagens da capital. “Os jardineiros são como pessoas guardando o templo da cidade e graças a eles [a cidade] não está totalmente deserta”.

O artista diz que para cada obra utiliza entre 800 e 1.200 fotos. Ele tem uma equipe de auxiliares que trabalham as imagens, retirando digitalmente todos os elementos que Rauzier não irá utilizar. Carros e pessoas, por exemplo, são excluídos. Depois, ele começa o processo de montagem e composição.

Rauzier, que tem influências do cubismo, do surrealismo, do mosaico e do barroco, também utiliza animais e vegetação nas suas composições. O artista cria mundos oníricos, que oferecem uma reflexão sobre temas como progresso, opressão, liberdade e ecologia.
“É meu jeito de mostrar como a vegetação está ocupando a cidade de maneira diferente. E gosto de colocar animais pois me remete à infância e às fábulas de La Fontaine. Além disso, em Brasília não vemos muitas pessoas pois elas estão em seus carros”, observa.
Outro elemento que se repete em várias obras de Rauzier é um homem de chapéu. Segundo o artista, a presença do personagem propicia ao público a noção da escala das obras e convida as pessoas a entrar em suas fotografias.

Rauzier já fez uma exposição de hiperfotos no Rio de Janeiro, com imagens da capital fluminense. Depois de Brasília, seu projeto segue para Salvador e São Paulo, com fotos dessas cidades.

Em Brasília, a exposição está no Museu Nacional da República até o dia 5 de junho. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 18h30. O Museu Nacional fica na Esplanada dos Ministérios.

Além das hiperfotografias, o público poderá assistir a vídeos sobre o processo de criação das obras do artista.

Edição: Graça Adjuto