Úmidas madrugadas
Amo todas as madrugadas. É renovação
É esperança
E reflexão
De segundos, de vidas.
Amo e detesto as madrugadas
Solitárias ( um dia pesam)...
Adoro as madrugadas molhadas
Com chuva ou sêmen
Discretas
Sussurradas
Duras
Viradas
Amo as madrugadas molhadas
Assusta-me cada vez mais as madrugadas
solitárias
E eu sem entender como
Mesmo após tantos anos elas insistirem
em serem solitárias
E eu viver todas tão conformado
Sem você ao meu lado.
Mesmo sozinho e cada vez mais
compreendendo que jamais terei você ao meu lado
Amo as madrugadas, todas.
Especialmente as molhadas
Gemidas
Chuvarentas
Porque me permitem lembrar a felicidade
A renovação e a continuidade
Amo estar ainda lucido; vivo
e mesmo solitário
Vivendo mais um amanhecer
Mesmo que molhado
Amo esse poema. Como autor reflito um sentimento que sempre
temi, desde jovem, adolescente. Nasci para ser solitário, viver casos perdidos,
relações pela metade, explorações ocasionais e oportunistas. Nesse momento
estou miseravelmente só, o dia inteiro sem uma palavra. Acho ótimo, mas hoje
estou triste por estar vivendo mais um dia molhado, seria só grana a vida?
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