Morre
Tunga, um dos mais importantes artistas plásticos contemporâneos do país
- 06/06/2016 19h16
- Rio de Janeiro
Paulo
Virgílio - Repórter da Agência Brasil
O escultor, desenhista e artista
performático Tunga, um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira,
morreu na tarde de hoje (6) no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do
Rio. Ele tinha 64 anos e estava internado desde o dia 12 de maio, para
tratamento de um câncer.
Antonio José de Barros Carvalho e
Mello Mourão, nome do artista que ficou conhecido como Tunga, era pernambucano
de Palmares, onde nasceu em 1952, filho do escritor Gerardo de Mello Mourão
(1917-2007). Radicado no Rio desde os anos 70, formou-se em arquitetura e
urbanismo na Universidade Santa Úrsula.
Ao longo de mais de quatro
décadas de carreira, Tunga recebeu vários prêmios, entre eles o Prêmio Mário
Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), em 1991.
Participou das bienais de São Paulo e de Veneza, da Documenta, em Kassel, na
Alemanha, e foi o primeiro artista contemporâneo do mundo a ter uma obra no
Museu do Louvre, em Paris.
No Instituto Inhotim, em
Brumadinho, Minas Gerais, considerado o maior centro de arte contemporânea do
país, duas galerias exclusivas abrigam obras de Tunga, a True Rouge, inaugurada
em 2006, e a Psicoativa Tunga, em 2012. Esta última ocupa um espaço de 2.600
metros quadrados.
Para criar seus trabalhos, Tunga
investigava áreas do conhecimento como literatura, psicanálise, teatro e
ciências exatas e biológicas. Utilizava em suas esculturas e instalações
materiais como correntes, fios elétricos, lâmpadas, feltro e borracha.
Em seu site pessoal,
Tunga assim se definiu: “sempre gostei da bagunça, Não de ordem, nem desordem.
Bagunça. O que tenho na mão vou mexendo até perder, pra depois achar de
novo.”
O corpo do artista deverá ser
enterrado amanhã (7) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, mas ainda não
há confirmação de horário.
Edição: Nádia
Franco
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