Dançando
com a minha versão projetada em 3D
Deb
Miller Landau, Contribuidor do iQ e iQ Managing Editor
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A bailarina contemporânea Paige
Fraser se apresenta ao lado de uma projeção espelhada dela mesma, em uma
demonstração de como as novas tecnologias com sensores podem servir para contar
histórias envolventes.
A mãe de Paige Fraser trabalhava
a apenas alguns metros de um estúdio de dança do Bronx em Nova York nos EUA.
Quando a filha cheia de energia completou quatro anos, ela decidiu matriculá-la
em aulas de balé. Aquele momento mudou a vida de Fraser para sempre. Foi nesse
dia que ela descobriu a sua vocação.
Fraser é uma bailarina
profissional. Essa jamaicana de 24 anos foi a primeira Clara de ascendência
africana na peça do Quebra-Nozes encenada em sua escola. A bailarina já
fez turnês internacionais com a renomada trupe Ailey II e é uma das
fundadoras do grupo Visceral Dance Company, um estúdio de dança
contemporânea.
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Fraser é puro sucesso em todos os
sentidos, mas a bailarina já vivenciou dias sombrios em que sentiu o mundo
desabando ao seu redor. Aos 12 anos de idade, Fraser foi diagnosticada com
escoliose, uma curvatura grave da coluna vertebral. Disseram à garota que ela
nunca seria uma bailarina profissional.
“Eu fiquei chateada e confusa”,
conta Fraser. A garota precisou usar uma cinta vertebral para ir à escola e
para dormir. De acordo com os médicos, ela precisaria de uma cirurgia para
instalar hastes metálicas nas costas. Essa notícia foi aterrorizante.
No entanto, os pais de Fraser
encontraram um quiroprático que trabalhava com bailarinas e mostrou a eles que
a cirurgia não era a única opção. Seria necessário muito esforço,
comprometimento e perseverança, mas a família Fraser tinha certeza de que a filha
conseguiria.
No semestre passado, a Intel
criou uma parceria com Fraser, o coreógrafo Tone Talauega e o Mirada Studios
para encontrar um jeito universal de contar a história inspiradora de Fraser
usando a tecnologia.
Por meio de dezoito câmeras Intel
RealSense e PCs equipados com processadores Intel Core da 6a
geração, a equipe criou uma reflexão etérea de Fraser que ia seguindo os
movimentos da bailarina durante a apresentação
Tone Talauega já criou
coreografias para artistas como os Backstreet Boys, Jennifer Lopez, Chris Brown
e Pink. Ele usou toda a história de Fraser para delinear a coreografia. A
bailarina começa a dança agachada, fazendo poses abstratas que representam a
escoliose e as dificuldades enfrentadas por ela. Na sequência, vemos uma dança
mas intensa e atlética na qual Fraser se encontra, dispensa a cinta e começa a
brilhar.
“Essa é uma forma incrível de
combinar a criatividade do ser humano com o poder da tecnologia”, explica
Talauega. “Estamos indo muito além do que jamais foi feito. O futuro fica muito
promissor quando entendemos como é possível combinar a humanidade e a
tecnologia”.
“E a tecnologia é a ferramenta
que possibilita contarmos uma história”, diz Andy Cochrane, diretor digital do
Mirada Studios, um estúdio de efeitos visuais que supera os limites da
tecnologia e aproveita a possibilidade de usá-la para a arte da narrativa. De
acordo com ele, o intuito era mostrar a batalha travada por Fraser e a sua
perseverança durante todo o processo de uma forma universal que ajude as
pessoas a se identificarem muito com a história dela.
Ao construir um ambiente que
reage sempre que Fraser se movimenta, a equipe conseguiu contar uma história
ímpar. Paul Tapp, diretor de tecnologia da Intel, disse que a tecnologia Intel
RealSense e a habilidade de registrar diferentes profundidades cria uma gama de
novas oportunidades nos mundos da expressão artística e da criatividade, e o
potencial disso só está se concretizando agora.
“Esse é um jeito muito bom de
mostrar como podemos potencializar a criatividade de um bailarino usando o
RealSense e a computação de alto desempenho”, explica.
Os participantes da feira 2016 Consumer
Electronics Show viram uma palhinha da apresentação de Fraser ao vivo no
palco principal.
Para a bailarina, que já
enfrentou anos e anos de altos e baixos em uma profissão muito competitiva, ter
essa parceira virtual de palco é como ver uma versão antiga dela mesma dançando
ao seu lado. Durante a coreografia, pedregulhos gigantes da tela vão caindo ao
redor de Fraser, mas a bailarina consegue destrui-los com chutes poderosos ou
empurrões dramáticos. Enquanto isso, sua dublê em 3D acompanha cada movimento
dela, como se estivesse incentivando os atos de coragem da profissional.
“É quase como se a minha essência
estivesse dançando comigo”, conta Fraser, acrescentando que a bailarina criada
pelo Intel RealSense representa as dificuldades pelas quais ela passou, como
ela conseguiu superar esses problemas e a mensagem a outros atletas e
bailarinos de que eles devem continuar a fazer o que amam. Fraser conta que
expressa tanta emoção durante o espetáculo que é quase como se ela estivesse
caindo, o que a faz superar todos os limites.
“A bailarina do RealSense é
aquele espírito que eu sempre carrego comigo”, conta. “É aquela vozinha
interior que me incentiva e me desafia… e confirma o poder que existe dentro de
mim. Quando eu faço esse solo, consigo relaxar e me sentir livre”.
Cochrane, da Mirada, diz que a
tecnologia Intel RealSense é uma forma de fazer os computadores entenderem o
mundo de um jeito completamente novo. “É como enxergar tudo sob uma nova
perspectiva”.
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