Friday, March 11, 2016

ARte projetada



Dançando com a minha versão projetada em 3D
Deb Miller Landau, Contribuidor do iQ e iQ Managing Editor 






















A bailarina contemporânea Paige Fraser se apresenta ao lado de uma projeção espelhada dela mesma, em uma demonstração de como as novas tecnologias com sensores podem servir para contar histórias envolventes.

A mãe de Paige Fraser trabalhava a apenas alguns metros de um estúdio de dança do Bronx em Nova York nos EUA. Quando a filha cheia de energia completou quatro anos, ela decidiu matriculá-la em aulas de balé. Aquele momento mudou a vida de Fraser para sempre. Foi nesse dia que ela descobriu a sua vocação.

Fraser é uma bailarina profissional. Essa jamaicana de 24 anos foi a primeira Clara de ascendência africana na peça do Quebra-Nozes encenada em sua escola. A bailarina já fez turnês internacionais com a renomada trupe Ailey II e é uma das fundadoras do grupo Visceral Dance Company, um estúdio de dança contemporânea.












Fraser é puro sucesso em todos os sentidos, mas a bailarina já vivenciou dias sombrios em que sentiu o mundo desabando ao seu redor. Aos 12 anos de idade, Fraser foi diagnosticada com escoliose, uma curvatura grave da coluna vertebral. Disseram à garota que ela nunca seria uma bailarina profissional.

“Eu fiquei chateada e confusa”, conta Fraser. A garota precisou usar uma cinta vertebral para ir à escola e para dormir. De acordo com os médicos, ela precisaria de uma cirurgia para instalar hastes metálicas nas costas. Essa notícia foi aterrorizante.


No entanto, os pais de Fraser encontraram um quiroprático que trabalhava com bailarinas e mostrou a eles que a cirurgia não era a única opção. Seria necessário muito esforço, comprometimento e perseverança, mas a família Fraser tinha certeza de que a filha conseguiria.

No semestre passado, a Intel criou uma parceria com Fraser, o coreógrafo Tone Talauega e o Mirada Studios para encontrar um jeito universal de contar a história inspiradora de Fraser usando a tecnologia.

Por meio de dezoito câmeras Intel RealSense e PCs equipados com processadores Intel Core da 6a geração, a equipe criou uma reflexão etérea de Fraser que ia seguindo os movimentos da bailarina durante a apresentação

Tone Talauega já criou coreografias para artistas como os Backstreet Boys, Jennifer Lopez, Chris Brown e Pink. Ele usou toda a história de Fraser para delinear a coreografia. A bailarina começa a dança agachada, fazendo poses abstratas que representam a escoliose e as dificuldades enfrentadas por ela. Na sequência, vemos uma dança mas intensa e atlética na qual Fraser se encontra, dispensa a cinta e começa a brilhar.


“Essa é uma forma incrível de combinar a criatividade do ser humano com o poder da tecnologia”, explica Talauega. “Estamos indo muito além do que jamais foi feito. O futuro fica muito promissor quando entendemos como é possível combinar a humanidade e a tecnologia”.


“E a tecnologia é a ferramenta que possibilita contarmos uma história”, diz Andy Cochrane, diretor digital do Mirada Studios, um estúdio de efeitos visuais que supera os limites da tecnologia e aproveita a possibilidade de usá-la para a arte da narrativa. De acordo com ele, o intuito era mostrar a batalha travada por Fraser e a sua perseverança durante todo o processo de uma forma universal que ajude as pessoas a se identificarem muito com a história dela.

Ao construir um ambiente que reage sempre que Fraser se movimenta, a equipe conseguiu contar uma história ímpar. Paul Tapp, diretor de tecnologia da Intel, disse que a tecnologia Intel RealSense e a habilidade de registrar diferentes profundidades cria uma gama de novas oportunidades nos mundos da expressão artística e da criatividade, e o potencial disso só está se concretizando agora.

“Esse é um jeito muito bom de mostrar como podemos potencializar a criatividade de um bailarino usando o RealSense e a computação de alto desempenho”, explica.

 Os participantes da feira 2016 Consumer Electronics Show viram uma palhinha da apresentação de Fraser ao vivo no palco principal.

Para a bailarina, que já enfrentou anos e anos de altos e baixos em uma profissão muito competitiva, ter essa parceira virtual de palco é como ver uma versão antiga dela mesma dançando ao seu lado. Durante a coreografia, pedregulhos gigantes da tela vão caindo ao redor de Fraser, mas a bailarina consegue destrui-los com chutes poderosos ou empurrões dramáticos. Enquanto isso, sua dublê em 3D acompanha cada movimento dela, como se estivesse incentivando os atos de coragem da profissional.

“É quase como se a minha essência estivesse dançando comigo”, conta Fraser, acrescentando que a bailarina criada pelo Intel RealSense representa as dificuldades pelas quais ela passou, como ela conseguiu superar esses problemas e a mensagem a outros atletas e bailarinos de que eles devem continuar a fazer o que amam. Fraser conta que expressa tanta emoção durante o espetáculo que é quase como se ela estivesse caindo, o que a faz superar todos os limites.

“A bailarina do RealSense é aquele espírito que eu sempre carrego comigo”, conta. “É aquela vozinha interior que me incentiva e me desafia… e confirma o poder que existe dentro de mim. Quando eu faço esse solo, consigo relaxar e me sentir livre”.

Cochrane, da Mirada, diz que a tecnologia Intel RealSense é uma forma de fazer os computadores entenderem o mundo de um jeito completamente novo. “É como enxergar tudo sob uma nova perspectiva”.

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