Sunday, July 19, 2015

Diversidade humana, diversidade social.




A HOMOSSEXUALIDADE NA ÁFRICA ANCESTRAL: KATUMUA


Este texto é comum na net, desde 2004 quando o vi a primeira vez. São onze anos e aproveito sua popularidade agora para inaugurar nos meus escritos e citações a questão da diversidade sexual humana. Começar pela África é um alento, amo meu continente e ainda vivo na diáspora como todos os  negros do mundo. Este texto é lindo pela naturalidade da compreensão do amor homo. É a natureza na sua sabedoria que divide as pessoas assim, não nos cabe julgar. Contarei casos incríveis, relações assombrosas e fantásticas. Acompanhem apartir desta postagem. Nem sempre casos, as vezes uma literatura, uma musica diversa, mas este espaço é para casos de dor, alegria, vida, morte, gerais e sexuais, sobre o amor que não ousa dizer o seu nome, leiam:


Kurt Falk, um antropólogo alemão, escreveu sobre a vida entre duas pessoas do mesmo sexo em "certas tribos de Angola" em 1923. Ele escreveu sobre dois grupos, os Wawihe e os Ovigangellas que tinham níveis diferentes de prática e aceitação do amor entre pessoas do mesmo sexo. Ele diz que entre os Wahihe não somente os jovens mas também "os homens adultos se gratificam destas maneiras".

O antropólogo esclarece que a existência deste tipo de atração geralmente era negada na presença de estranhos como ele mas depois de ficarem bem conhecidos e acostumados com ele a maioria dos homens admitia que tinham um parceiro sexual masculino. A língua tinha várias palavras que caracterizavam a diferença entre "amigo não sexual" e "amigos sexuais" [Nota: o plural neste caso traduzido verbatim].

Por outro lado, entre os Ovigangellas existiam rituais bem elaborados para um homem poder pedir ao pai de um outro rapaz pela sua mão em troca de algum presente.

O pai geralmente concordava e daí os dois homens eram reconhecidos como duas pessoas em relacionamento. Eles também se mudavam juntos numa cabana própria. Mesmo depois do casamento do homem mais velho, o homem mais jovem ficava com seu amante até que ele mesmo decidia que queria se casar.

Neste caso o jovem era devolvido ao seu pai. Então, o homem mais velho procurava um novo "katumua" e o homem mais jovem também escolhia um novo namorado depois de casado, sendo isso o seu desejo.

Falk conta a história de um soldado africano que foi punido por um sargento branco (i.e. de origem européia) que estava de plantão por ver ele paquerar um outro soldado [masculino].

Mais tarde o sargento teria perguntado o soldado porque ele não tinha procurado uma mulher para se gratificar sexualmente ao que o soldado prontamente respondeu: Meu caro sargento, o senhor por acaso não sabe que existem homens que desde jovens não pensam em mulheres e outras pessoas mas somente se sentem atraídos por outros homens? Porque é que eles devem ser punidos agora em sua maturidade, agora que são adultos? Além do mais, se você os perguntar, eles não irão saber explicar porque é que Deus os fez assim como são – homens que amam homens.

Fonte: Rapazes Esposas, Maridos Femeninas (Boy Wives, Female Husbands) editado por Stephen O. Murray e Will Roscoe (New York, St. Martin's Press, 1998)

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