Cada vez mais pesquisas indicam que orientação sexual pode não ser uma escolha: a genética pode ter um papel nisso, fazendo com que as algumas pessoas nasçam gays.
Uma das primeiras pesquisas na área observou a atração sexual, a infância e a identidade de gênero de 4425 gêmeas, e constatou que um conjunto comum de genes, somados a fatores ambientais, poderiam ser responsáveis pela orientação sexual feminina. Sendo assim, a influência dos genes afetaria hormônios sexuais e moldaria alguns mecanismos do corpo responsáveis pelas diferenças na sexualidade das mulheres.
Mais tarde, pesquisadores da Universidade de Pádua, na Itália, descobriram que existe um “gene gay masculino”. As mães portadoras desse gene têm mais chances de ter filhos homossexuais.
Já as meninas com esse gene podem ter uma elevada fecundidade, ser menos expostas a problemas de saúde ginecológicos e ser mais extrovertidas, felizes e relaxadas.
Agora, os mesmos pesquisadores se pronunciaram novamente e disseram que o “gene gay masculino” é passado aos homens justamente pelas mães. O pesquisador Andrea Camperio Ciani não sabe qual gene ou genes causam esse comportamento, mas sugere que ele reside no cromossomo X, o qual os homens herdam um (da mãe).
Originalmente, ele considerou a hipótese de que o gene agia em homens e mulheres de formas diferentes: o homem se tornaria homossexual, e a mulher mais promíscua.
Depois de estudar 161 mulheres relacionadas com homens homossexuais e heterossexuais, ele concluiu que, em vez de aumentar a promiscuidade da mulher, o gene a torna mais atraente para os homens (e não ela fica mais atraída por homens).
Homossexualismo não leva a desequilíbrio populacional
Uma das principais críticas das pessoas que são contra o homossexualismo é que ele traria um desequilíbrio populacional (já que duas pessoas do mesmo sexo não podem procriar). Até o Papa Bento XVI disse que o casamento gay é uma das várias ameaças à família tradicional e coloca em xeque “o próprio futuro da humanidade”.
Porém, há várias maneiras de debater essa hipótese. Primeiro, porque muitos (muitos mesmo) animais são gays ou demonstram comportamento homossexual, e, no entanto, o homossexualismo nunca foi motivo de extinção de espécies (ao contrário do homem, que matou muitas espécies).
Alguns biólogos achavam que essa tendência reduziria o fluxo de reprodução normal das espécies, desequilibrando o ecossistema, mas uma pesquisa da Universidade de Newcastle (Inglaterra) com aves (que tem bastante casos de homossexualismo) mostra que isso simplesmente não altera o ciclo reprodutor dos pássaros. Mesmo que eles se envolvam em relações homossexuais, continuam a ter parceiras do sexo feminino.
O mesmo (não da mesma maneira, claro) acontece com os seres humanos. Hoje em dia, existem métodos artificiais de se ter um filho, e muitos dos casais homossexuais têm, aliás. Não é porque são homossexuais que não utilizam ovários para procriar.
Além disso, também adotam filhos que os próprios heterossexuais não quiseram ou não podiam cuidar.
Mas a questão já nem é mais essa: o novo estudo italiano mostra que a natureza se encarrega desse balanço populacional sozinha. Segundo Ciani, a maior fecundidade (ligada a ser mais atraente) das mães com genes gays masculinos garante a procriação de forma indireta. “O padrão que encontramos é de que as mulheres aumentam o seu valor reprodutivo para atrair os melhores homens”, comenta o pesquisador.
O estudo encontrou uma correlação entre gays e suas mães e tias maternas, que tendem a ter mais filhos que os pais de homens heterossexuais. Isso dá crédito à “hipótese de equilíbrio seletivo”, que sugere que o gene que leva a homossexualidade também leva a reprodução elevada entre parentes do sexo feminino. Sendo assim, o “gene gay” irá sobreviver através das gerações na família.[DailyMail]
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