Aos 74
anos Morre o veterano correspondente internacional Robert Fisk
Após sofrer um derrame na última sexta-feira (30) e ficar internado em
um hospital, o jornalista britânico não resistiu e morreu aos 74 anos, em
Dublin, na Irlanda.
De acordo com informações do jornal britânico The
Guardian, Fisk foi internado no hospital St Vincent’s em Dublin após se
sentir mal na sexta-feira (30). Uma fonte da publicação Independent, onde o
correspondente trabalhava, confirmou a morte do jornalista.
Nascido em Kent, no Reino Unido,
em 1946, Fisk foi descrito pelo New York Times em 2005 como "provavelmente
o mais famoso correspondente estrangeiro da Grã-Bretanha", e ganhou muitos
prêmios ao longo de sua carreira por sua cobertura dos eventos no Oriente
Médio, entre os quais se destacam o Orwell Prize e diversos British Press
Awards.
"With his passing the world of journalism and informed commentary on the Middle East has lost one of its finest commentators."
— President of Ireland (@PresidentIRL) November 1, 2020
Statement from President Higgins on the death of Robert Fisk:https://t.co/iuewqXuE4n
"Com
sua morte, o mundo do jornalismo e dos comentários informados sobre o Oriente
Médio perdeu um de seus melhores comentaristas." Comunicado do presidente
Higgins [da Irlanda] sobre a morte de Robert Fisk.
Após começar sua carreira no
Sunday Express, Fisk foi para o Times, onde se tornou correspondente em Belfast
entre 1972 e 1975, durante o auge dos conflitos na Irlanda do Norte.
No ano seguinte, Fisk se mudou para Beirute, onde começou sua carreira
como correspondente no Oriente Médio, cobrindo a Guerra Civil do Líbano,
a Revolução
Iraniana, a Guerra Irã-Iraque e a invasão soviética do Afeganistão.
Em 1986, Fisk se juntou ao
Independent, onde seguiu como correspondente na região até os dias atuais,
participando da cobertura da invasão do Kuwait por Saddam Hussein e dos últimos
acontecimentos na Síria, além de trabalhar nas guerras da Bósnia e do Kosovo,
na antiga Iugoslávia.
Fluente em árabe, Fisk foi um dos poucos jornalistas ocidentais que
conseguiu entrevistar o antigo líder da Al-Qaeda (organização terrorista
proibida na Rússia e em diversos países), Osama
bin Laden, em mais de uma oportunidade durante os anos 1990.
Além de seus feitos como
correspondente, Fisk ficou conhecido por suas críticas aos Estados Unidos, e
foi duramente confrontado após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando
resolveu questionar o que teria motivado os responsáveis pelos ataques.